A crise na Americanas pode prejudicar lojistas do Marketplace?
Nas últimas semanas, o mercado sofreu grande balanço com a notícia do rombo de R $20 bilhões nos cofres das Lojas Americanas. Em menos de um dia, os valores da bolsa caíram cerca de 80% — cerca de R $9 bilhões —, preocupando consumidores, economistas e também varejistas que vendem através do marketplace.
Com nove dias à frente da presidência da varejista, o diretor financeiro Sérgio Rial juntamente com a diretoria geral, detectaram inconsistências referentes aos primeiros nove meses de 2022 e anos anteriores.
Sellers podem sair prejudicados com a crise na Americanas?
Com uma dívida que já soma quase 43 bilhões, a Americanas fez à justiça um pedido de Recuperação Judicial. O anúncio alertou lojistas que vendem no marketplace e temem não receber pelos produtos vendidos recentemente.
A Recuperação Judicial é um recurso de emergência que visa evitar a falência iminente. Sendo assim, o processo possibilita que uma empresa renegocie ou suspenda parte das dívidas acumuladas durante o período da crise, impedindo assim, encerramento das atividades ou demissões em massa.
Lojistas do marketplace da Americanas já começaram a se movimentar para pausar para evitar prejuízos nos próximos dias. Desde o começo da semana, vários produtos e principalmente eletrônicos, começaram a subir três, até quatro vezes mais caro que o normal. Dessa forma, os sellers conseguem “bloquear” vendas, sem necessariamente fechar a loja.
Apesar disso, a Americanas enviou um comunicado a todos os lojistas, informando que as vendas e os repasses continuam ocorrendo normalmente, assim como o serviço de coleta, conforme apurado pela Valor Econômico.
Atualmente, a operação de Marketplace corresponde a 65% das vendas totais da Americanas, ou seja, a empresa precisa lidar com mais uma crise interna para tentar controlar a situação.
Seu negócio não está seguro em um terreno emprestado
O futuro das Lojas Americanas ainda é incerto, os próximos dias serão decisivos tanto para empresa, quanto funcionários e sellers. Ainda é cedo para afirmar que tudo está perdido, mas lojistas que dependem exclusivamente do marketplace para vender, estão apreensivos e com razão.
O que aconteceu com a Americanas, pode acontecer com qualquer empresa, mas o fato mais assustador é que em um dia, tudo estava bem e no outro, um rombo recém descoberto pode destruir empregos e outras empresas.
Sendo assim, é momento de refletir e recalcular a sua rota. Os marketplaces são grandes ecossistemas que movimentam o mercado, mas não devem ser a via principal do seu negócio. Por exemplo: se você nesse momento vende apenas na Americanas e resolveu aumentar os preços para não levar prejuízos, suas vendas estão paradas, sua empresa está em risco. Com um canal próprio como a loja virtual, você continua vendendo normalmente enquanto aguarda a resolução do problema.
Se uma crise tão forte atingiu em cheio uma das varejistas mais tradicionais do país, qualquer empresa está propícia a sofrer o mesmo. Seja qual for o marketplace: todos eles estão sujeitos a passar por essa mesma crise e podem levar o seu negócio junto.
Não estamos dizendo para temer os marketplaces, eles são importantes canais para a sua loja. A questão é: não limite as suas opções e mantenha a mente aberta!